Doenças cardiometabólicas: o que são, fatores de risco e como prevenir complicações graves
Doenças cardiometabólicas são condições crônicas que podem levar a complicações graves, como infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral), quando não são tratadas adequadamente. As doenças cardiometabólicas envolvem uma série de condições que afetam o coração, os vasos sanguíneos e o metabolismo. Esses distúrbios estão entre as principais causas de morte no mundo e costumam estar interligados, o que aumenta os riscos à saúde quando não são diagnosticados e controlados corretamente. Apesar de serem causadas por questões diferentes, essas doenças compartilham fatores de risco semelhantes, como sedentarismo, má alimentação, tabagismo, histórico familiar e excesso de peso. A presença de uma dessas condições pode favorecer o surgimento de outras, o que agrava o quadro clínico. Por isso, entender o que são as doenças cardiometabólicas é essencial para agir de forma preventiva e evitar complicações graves, como infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico (AVE) e insuficiência cardíaca. O que são doenças cardiometabólicas? São doenças que estão interligadas e afetam simultaneamente o sistema cardiovascular e o metabolismo. Entre as principais estão: Para entender melhor sobre as principais doenças metabólicas e exemplos de como afetam a saúde, continue lendo: Obesidade A obesidade está diretamente associada ao acúmulo excessivo de gordura corporal, principalmente na região abdominal, o que interfere no funcionamento adequado de diversos órgãos e sistemas. Por exemplo, o excesso de peso provoca alterações metabólicas que aumentam a resistência à insulina, elevam os níveis de colesterol e sobrecarregam o coração. Essas condições favorecem o desenvolvimento de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia e doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA). Além disso, a obesidade contribui para a disfunção do endotélio (revestimento interno dos vasos sanguíneos), o que aumenta o risco de eventos como infarto e AVE. Hipertensão arterial A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta, é uma das doenças cardiometabólicas mais comuns. Ela é caracterizada pela elevação persistente da pressão sanguínea nas artérias, o que força o coração a trabalhar mais para bombear o sangue, e danifica os vasos ao longo do tempo. A doença, por muitas vezes, ocorre de forma silenciosa, sem apresentar sintomas por anos, contudo, seus efeitos são progressivos e cumulativos. Quando não tratada, aumenta significativamente o risco de infarto agudo do miocárdio, AVE, insuficiência cardíaca e doença renal crônica. Diabetes tipo 2 O diabetes mellitus tipo 2 é uma doença cardiometabólica crônica caracterizada pela resistência à insulina e pelo aumento dos níveis de glicose no sangue (hiperglicemia). Esse quadro metabólico afeta o funcionamento de vários órgãos e, se não tratado adequadamente, pode levar a complicações graves. Nos estágios iniciais, o diabetes tipo 2 pode passar despercebido, porque os sintomas são sutis e se desenvolvem lentamente. Entre os sinais mais comuns estão sede excessiva, fadiga, visão embaçada, aumento da frequência urinária e infecções recorrentes. Com o tempo, o descontrole glicêmico pode comprometer a saúde cardiovascular, os rins, os olhos e os nervos periféricos. Dislipidemia A dislipidemia é uma condição caracterizada pelo desequilíbrio nos níveis de lipídios no sangue, como LDL (colesterol ruim), HDL (colesterol bom) e triglicérides. Essa alteração é um importante fator de risco para doenças cardiometabólicas, principalmente para a aterosclerose (DCVA) , que pode levar a infartos e AVEs. O acúmulo de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos compromete a circulação e favorece a formação de placas, aumentando o risco de eventos cardiovasculares. Na maioria dos casos, a dislipidemia não apresenta sintomas, portanto, é identificada majoritariamente apenas por exames laboratoriais. Doença cardiovascular aterosclerótica A doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA), também chamada de aterosclerose, ocorre devido ao acúmulo de placas de gordura, cálcio e outras substâncias na parede das artérias, o que dificulta ou bloqueia o fluxo sanguíneo. A aterosclerose pode se desenvolver de forma silenciosa ao longo dos anos e atingir diferentes partes do corpo. Quando afeta as artérias coronárias, pode causar angina (dor ou desconforto no peito), infarto do miocárdio ou insuficiência cardíaca. Se atinge as artérias cerebrais, pode levar ao acidente vascular encefálico. Já nas artérias periféricas, pode causar claudicação intermitente e maior risco de amputações. Quais são os fatores de risco para doenças cardiometabólicas? As doenças cardiometabólicas são resultado de uma combinação de alterações metabólicas e cardiovasculares que se agravam ao longo do tempo. Embora envolvam aspectos genéticos e biológicos, a maioria dos casos está relacionada a fatores de risco modificáveis, isto é, que surgem a partir do estilo de vida e da rotina das pessoas. Conheça quais são os principais fatores de risco das doenças cardiometabólicas: Alimentação rica em ultraprocessados Uma das principais causas das doenças cardiometabólicas é o consumo excessivo de alimentos industrializados, ricos em sódio, açúcar, gorduras saturadas e aditivos. Esse padrão alimentar contribui para o ganho de peso, aumenta o colesterol ruim (LDL), os níveis de glicose no sangue e a pressão arterial, além de estimular processos inflamatórios no organismo. Sedentarismo e baixa atividade física A ausência de atividade física regular afeta diretamente o metabolismo e contribui para o acúmulo de gordura visceral, além de reduzir a sensibilidade à insulina e enfraquecer o sistema cardiovascular. Mesmo pequenas doses diárias de exercício físico, como caminhadas ou alongamentos, já conseguem melhorar a saúde cardiometabólica e evitar o desenvolvimento dessas doenças. Tabagismo O cigarro é um fator de risco para diversas doenças, e não é diferente para as doenças cardiometabólicas. As substâncias tóxicas do tabaco danificam os vasos sanguíneos, aumentam a pressão arterial e favorecem o acúmulo de placas ateroscleróticas. Além disso, o tabagismo dificulta o controle da glicemia e agrava quadros de dislipidemia. Alcoolismo Beber em excesso interfere no funcionamento do fígado, prejudica o metabolismo de lipídios e açúcares e aumenta os níveis de triglicerídeos no sangue. A longo prazo, o álcool também pode elevar a pressão arterial e favorecer o desenvolvimento de arritmias cardíacas. Estresse crônico e sono irregular A rotina estressante e a má qualidade do sono são cada vez mais comuns e são considerados fatores de risco para diversas doenças. O estresse prolongado estimula a liberação de hormônios como o cortisol, que alteram o apetite, a glicose e a pressão arterial. Dormir mal, por sua vez, afeta a regulação metabólica e aumenta … Ler mais